Ao longo da
vida criamos certas ‘defesas’!
Defesas estas, contra nós mesmos.
Sem perceber, muitas vezes alimentamos as ‘aparências’ para
mostrar ao outro o que no fundo não somos.
Uma fuga da realidade? Uma ‘auto-proteção’? A falta
de coragem de se olhar no espelho e ver quem realmente somos? Timidez? Vergonha?
Podem existir inúmeras razões para tanta ênfase
às aparências.
Quando esta é de forma sadia, ou seja, sem a intenção de
enganar o outro, é tolerável. Mas quando ultrapassa o limite do
próprio Ser verdadeiro, torna-se extremamente superficial.
Vivendo de aparências, não se consegue sentir e viver
os bons momentos. Pois algo impede de naturalidade, de espontaneidade. Dificultando
a aproximação das pessoas e assim, afastando quem está
perto.
Alguns custam a entender o significado da ‘sua Verdade’, a Verdade
de cada um.
Preferem se esconder atrás de palavras vãs, atrás de méritos
passados, de desejos escondidos, de medos insuperáveis, de amores perdidos...
medo da vida?
Cada um deve ter uma razão específica para viver de ‘aparências’. Mas, por outro lado, de que servem as Aparências?
É triste saber que por vergonha, medo ou timidez, coloca-se
uma máscara para esconder o verdadeiro Eu. Ou até mesmo, o motivo
poderia ser orgulho?
Falar o que não se é. Ter falsa modéstia. Querer ser mais
do que não é. Um ‘megalomaníaco pessoal’, exagerando
na própria imagem, e quando este chega no silêncio de sua mente,
percebe que não é nada daquilo que professa aos outros.
Que tristeza um ser humano perder tanto tempo com atitudes errôneas e fantasiosas sobre si mesmo.
Sem falar nos que não conseguem dar um abraço carinhoso
verdadeiro, sincero, ou receber o mesmo com gratidão, com o coração
aberto. Por quê? Talvez por estarem envoltos por desconfianças
extremas a respeito do outro.
Não conseguem se soltar, sentir o calor humano do outro. Apenas ‘deixar
ser’. Porque é tão difícil na atualidade um gesto
sincero de carinho?
Por que é tão complicado para alguém aceitar um beijo ou
um abraço sem maldade? Sem desconfianças? Sem cobranças
ou exigências futuras?
Por que a freqüência de discussões, brigas, separações
de amigos, companheiros, sem prováveis motivos?
A questão é:
Será que vale a pena tentar ser o que não é?
Será que vale a pena ficar desconfiando de cada gesto de carinho do outro?
Será que vale a pena fugir de si mesmo a vida inteira?
Se tiver fantasmas do passado que assombram você, espante-os.
Se tiver saudade de um passado remoto e esta lhe consumir a alma, mate-a.
Se tiver uma timidez extrema, supere!
Não tenha medo da Vida, pois ela não tem medo de você. E mesmo que você sentir algum tipo de medo, saiba que é uma prova de que você está vivo! Faz parte da vida, todo sentimento, toda ação e reação, dor ou alegria. Somente quando este medo se torna extremo é que dificulta o Fluir da Vida.
Nada acontece por acaso, tudo tem sua razão de ser, inclusive
o que acontece de negativo na vida. Ou seja, são degraus de evolução,
mas para isso, deve-se perceber cada degrau e subir um por vez!
Insistir no erro é tropeçar e perder um degrau e novamente recomeçar.
Poupe-se desse trabalho e avance sem medos, sem aparências, prestando
atenção no que não funciona em sua vida e colocar em prática
o que seria correto pra você.
Gasta-se mais energia com a mentira do que com a Verdade.
Gasta-se mais energia com as aparências do que com a Naturalidade.
Uma pessoa que vive de aparências, seja esta em relação
a dinheiro, ou que esnoba os outros por ser quem julga ser, lamentavelmente
perdendo a humildade, caminha para o mundo da solidão interna.
Ficando tão impregnada de aparências que por fim, nem mesmo mais
se reconhece.
É fato que no mundo de hoje é preciso tomar cuidado e muito, em relação a estranhos, ao confiar nas pessoas certas, a reconhecer no outro a Verdade, mas isto não quer dizer que devemos simplesmente fechar as portas do coração e desconfiar de todas as atitudes e gestos de carinho e gentilezas dos outros.
A vida mecânica, o corre-corre diário nos impede de reconhecer preciosidades em nossas vidas. Vivendo uma vida quase que ‘robótica’, desvalorizamos o que há de melhor em nós: Nossa Essência, reconhecendo a Essência do outro!
Escondemos nosso real valor em máscaras, em aparências, para não dar o braço a torcer para o outro, com medo de uma decepção, frustração!
Temos receio de nos envolver verdadeiramente com alguém!
Temos medo da mágoa, antes mesmo de darmos uma chance de aproximação
do outro.
Vivemos enclausurados em redomas de vidro, através das aparências
nos escondemos do mundo, das pessoas, de nós mesmos.
É tão mais fácil ser leve! É tão
mais fácil deixar fluir! É tão mais simples deixar que
alguém se aproxime com o coração e ser recíproco
nesse gesto!
É tão mais fácil ser quem realmente é, sem precisar
mentir para os outros! Para que inventar alguém inexistente? Viver uma
vida sem fundamento, fugindo da realidade de ser quem é , para chegar
ao fim da vida e se perguntar: Por quê? Porque agi assim? Porque não
fui verdadeiro? Natural? Por que deixei o orgulho tomar conta de mim?
Momentos de reflexão se fazem importantes, pois fazem despertar. Fazem acordar para a verdade, a Verdade de cada um, a sua Verdade...
Pense nisso, antes que seja tarde demais.
Muito obrigada.
Um Beijo,
Gênice Suavi.