O primeiro
encontro, os bons momentos que partilham juntos, tudo é novidade, tudo
se resume na vontade de estar ao lado do outro.
Juras de amor eterno, nenhum vê defeito no outro, enxergando apenas as
qualidades, cada um mantendo a sua individualidade e naturalidade.
Chegam a conclusão de que encontraram o ‘verdadeiro amor’,
inundados num Mar de Rosas.
O tempo passa, resolvem andar lado a lado pela vida afora. O convívio
diário, as pressões da realidade, as facetas de um Universo até
então desconhecido – o Universo de cada um.
Os defeitos
começam a ser vistos, as máscaras caem, e o que parecia um Mar
de Rosas, transforma-se num Rio de Espinhos, estreitando cada vez mais o contato
com o outro.
A vaidade pessoal, em se manter belo para o outro e para si mesmo, enquanto
enamorados, já não possui o mesmo interesse e capricho.
O diálogo se faz ausente, acusações tornam-se presentes.
O carinho perde suas forças, por mais que insista em se manifestar.
O desejo ardente que consumia seus corpos cede espaço para o ‘desejo
mecânico’.
Discussões, brigas, falta de respeito. Um amor tão intenso em
seu início, lentamente revela-se como uma ilusão.
Onde foi parar aquela pessoa maravilhosa? Onde foi parar aquele que olhava com
olhos de ternura?
E as promessas de amor? Chegam a conclusão de que o amor não existe,
que foram enganados pelo ‘destino’, emaranhados nos conflitos internos,
não conseguem enxergar onde está o erro.
Uma história
típica para muitos. Casamentos que se desfazem, relacionamentos frustrados,
grande enganos?
Mas, então por qual motivo uma pessoa vista anteriormente com amor, de
repente se transforma no vilão de sua vida?
Considerando que ‘juraram amor eterno’, tendo a certeza que encontraram
a ‘alma gêmea’, vejamos o que poderia ocasionar a ‘suposta
decepção’.
Infelizmente
as razões para que os relacionamentos cheguem ao fim é porque
o respeito pelo outro, a consideração e o carinho se desfazem,
quando se deixa de ser ‘individual’.
O ciúme toma conta do coração, a desconfiança acerca
do sentimento do outro aumenta ainda mais a possibilidade de estar a caminho
de uma separação.
A certeza
de ‘ter’ o amor do outro que acalmava o coração, passa
a ‘bater em ritmo descompassado’, introduzindo a falta de amor próprio
e consequentemente projetando as próprias fraquezas no (a) amado (a).
Resultando em insegurança perante aos fatos do cotidiano, enfraquecendo
os laços que os uniam em busca da realização total que
até então ‘imaginavam’ ter encontrado: O Amor Verdadeiro.
Deixam de lado a si mesmos, literalmente negligenciando seu aspecto exterior
e poluindo a mente com ciúmes, cobranças e desconfianças.
Esquecem que quando se conheceram, eram cheios de vida, projetos, sonhos e ideais.
Esquecem que eram ‘individuais’, esquecem que eram seguros de si,
esquecem que esqueceram de si mesmos.
Afinal, quem
poderia imaginar que aquela pessoa se revelaria de forma oposta a tudo aquilo
que conhecera?
Será mesmo? Será que esta pessoa no fundo já não
era alguém um tanto afastado da realidade e se empolgou nos delírios
da paixão? Deixando-se envolver totalmente pelos encantos do outro, vivendo
a vida do outro?
No outro extremo, qual seria a razão? Se eu tivesse a certeza de um amor
verdadeiro e de repente este acabar em nada?
Vejamos:
O amor precisa ser cultivado, cuidadosamente zelado, carinhosamente aquecido.
O amor protege suavemente e jamais sufoca, com o coração puro
ele conduz a própria vida e acompanha a vida do outro.
É sempre ele mesmo, na sua pureza e na sua intensidade de ser. Ele sabe
que ninguém pertence a ninguém, e por este motivo não perde
a sua individualidade. É original, autêntico, compreensivo e acima
de tudo, respeita o outro e também a si mesmo, e permanece firme em si,
sem espaço para o egoísmo ou orgulho.
Como pode um relacionamento dar certo se este não for cultivado? Como
dois seres podem encontrar a felicidade se confundem amor com apego?
Um relacionamento onde a principio ‘parecia’ ser o grande amor de
sua vida e o tempo lhe mostra o contrário, não é amor.
Pois antes de você estar no coração de outro, precisa estar
no seu primeiro, e quando é confundido com apego, você está
somente no coração do outro, o que é um erro.
Neste momento, deixa-se de acreditar na Grandeza do Amor. Pois o que se sente
é apego e nem se desconfia disso.
Poucos conseguem
cultivar e ‘manter’ um verdadeiro e puro amor. Poucos conhecem a
magia do verdadeiro amor. A segurança e a cumplicidade de estar no outro
e com o outro através da liberdade de ser o que se é, apenas cada
um sendo a si mesmo.
Preferem sofrer com o apego, deduzindo que o outro lhe pertence. Pense bem:
nascemos sozinhos e morremos sozinhos... O que nos leva a pensar que o outro
nos pertence?
Se estamos
sozinhos na vida? Não, não estamos. Existem pessoas maravilhosas
que fazem parte de nossas vidas, e por vezes jóias raras que deixamos
de lado, que magoamos com nosso egoísmo e orgulho, querendo passar por
cima do outro com nossa vaidade. A triste vaidade de imaginar que alguém
nos pertence, bombardeando o outro com cobranças e desconfianças.
E quando se consegue encontrar e manter o Amor Verdadeiro em outra pessoa, os
Céus bendizem este amor. Um presente para o Universo – quando dois
seres encontram seus caminhos de mãos dadas, tendo como base –
o Verdadeiro Amor...
Cultive seus
relacionamentos carinhosamente. Cultive o amor em seu interior com brandura
e serenidade. Não permita que o orgulho e o egoísmo lhe consuma
a alma e lhe impeça de viver os melhores momentos de sua vida.
O orgulho e o egoísmo são as raízes de todos os males:
‘o ser humano é egoísta demais para dar e orgulhoso ao extremo
para receber’... Isso é triste, pois impede de encontrar e manter
os amores em nossas vidas, principalmente nosso amor próprio...
Quando você
nasceu, você chorou e todos a sua volta sorriam de alegria. Ame de tal
forma, que quando você deixar esta vida, você se vá com um
sorriso nos lábios e os outros chorem por você.
Ame-se, ame o outro e deixe-se amar...
Muito obrigada.
Um Beijo,
Gênice Suavi.