Muitas pessoas
sofrem com suas mentes intoxicadas através de ‘anos de tortura
pessoal’. Martelando no mesmo pensamento, num mesmo ritmo constante:
‘a mágoa, o ressentimento, a desconfiança, a raiva, o orgulho,
o egoísmo, o ciúme, o complexo de inferioridade, o medo da rejeição,
a soberba’... Infindáveis fantasmas que assombram corações
angustiados, carentes do mais importante que possuem na vida: A si mesmos.
Verdadeiras
‘neuroses’ ambulantes, com a mente e o coração em
conflito constantemente.
Conflitos internos todos têm, problemas, dificuldades, obstáculos,
medos... Mas quando estes substituem a Essência, quando estes tomam conta
da mente e do coração, o abismo aproxima-se lentamente sem ao
menos perceber.
Uma crônica perseguição que não encontra espaço para libertar-se, conduzindo a pessoa à mais complexa e ao mesmo tempo tola sensação: a Frustração.
Por vezes diz ser forte, acima de qualquer suspeita de fraqueza interior, outras vezes, é tão fraco, tão frágil, que tende a desistir de tudo.
De que serve
ter inteligência, ter status, ter fama, ter sucesso, ter uma mente brilhante,
quando no interior, no silêncio de seu quarto ‘fantasmas lhe perseguem’?
De que vale ter centenas de pessoas admirando seu trabalho, sua liderança,
quando apenas você sabe que existem lacunas em sua vida a serem preenchidas?
De que vale a beleza, o bom comportamento, a educação, a delicadeza,
quando sua mente está molestada por ‘neuras’?
Para que serve uma ‘biblioteca ambulante’ com todos os conhecimentos
e fórmulas necessárias para se realizar, quando estas não
são aplicadas?
Mais importante do que ‘ter’ é ‘ser’.
Olhamos para
o lado e percebemos uma pessoa ‘aparentemente encantadora’, digna
de todos os Bens da Vida. E nos perguntamos por que não poderíamos
ser iguais a ela, ou ao menos tentar seguir seu exemplo.
Mal soubemos que dentro desta ‘encantadora pessoa’ existem espaços
vazios, tristezas que consomem, lágrimas solitárias.
Nestes momentos percebemos que todos são iguais. Todos choram, sofrem e sorriem, por mais cultos e inteligentes que possam parecer.
A grande diferença
entre aqueles que superam estes ‘fantasmas interiores’ e aqueles
que vivem ‘assombrados’ é justamente o poder de escolha e
força de vontade.
Podemos escolher se continuamos ou não. Podemos escolher se queremos
prolongar ou não um sofrimento. Podemos escolher se queremos soltar ou
prender uma situação, pessoa. E unidos a força de vontade
deixar que a vida nos traga o novo, abrindo o caminho para que este se apresente
e seguir adiante, deixando os fantasmas acorrentados no passado. Uma nova vida,
um novo modo de ver a vida. Mudar o foco, o ponto de vista.
Sentimentos
sempre são difíceis de controlar. Para alguns, é uma tarefa
quase impossível, sendo espontâneo e instintivo.
Mas, se estes sentimentos forem belos e verdadeiros, tendo a recíproca
verdadeira, cultivar os mesmos na ‘certeza’ da realização
do Bem, do Amor, e buscar por isso, vale a pena sim.
Do contrário, é preciso deixar no passado. A dúvida consome
a alma, a mente e o espírito. É a pior inimiga da felicidade.
Ficar remoendo uma situação que talvez possa vir a acontecer,
e se esta é acompanhada da dúvida, é jogar ao vento a própria
vida. Simplesmente deixando que tudo aconteça. Sim, devemos deixar que
tudo flua naturalmente, permitir que aconteça. Mas ao mesmo tempo, se
ficamos soltos demais, a mercê dos ‘ventos da vida’, não
teremos rumo, não teremos metas, não teremos objetivos.
Ser a inteligência, ser a educação, ser a beleza, ser o sucesso, ser o amor, ser a delicadeza, ser o sentimento.
O Ser, é a Essência, é o Verdadeiro de cada um. O ‘ter’ é efêmero, confuso e contraditório – é a Ilusão.
Criar máscaras,
escudos, ‘neuras’, viver calado, pendurado no tempo, inventar defesas
próprias para fugir da dor na esperança que estas aliviem o sofrimento,
quando na verdade, prolonga.
Viver num mundo de mentiras internas, aparências e nada mais. Impor uma
fortaleza inexistente, alimentar fraquezas que permanecem enraizadas no interior
– a fraqueza da falta de visão, da falta de iniciativa, a fraqueza
da nova tentativa. – é próprio do ‘ter’.
A serenidade, a paciência, a compaixão, o estar em si, a segurança de ser quem se é, o cultivo diário da Fortaleza interior, seguir a sua conduta firme perante os mais inusitados fatos, desacorrentar os ‘fantasmas internos’, ter a leveza do Ser, policiar os pensamentos – é próprio do Ser.
Certamente é uma árdua tarefa a ser cumprida, mas não impossível. A única maneira de se livrar destas ‘neuroses’ que invadem os pensamentos, e expulsar estes males do coração é mantendo a disciplina interior, abrindo espaço para as mudanças, visando sempre o melhor para si.
O tempo não
tem tempo de esperar. Ele não pára! Avança continuamente
quer você queira ou não. Novas pessoas, novas situações,
novos fatos sempre farão parte de sua vida.
Novas decepções, novos desafios, novos erros, também sempre
farão parte de sua vida.
É a Lei do Progresso.
O equilíbrio
da natureza humana está justamente em superar estas dificuldades internas,
superar as ‘neuras’ que angustiam e corroem o interior.
Não existem vantagens e nem recompensas em alimentar estas ‘neuroses
internas’.
A vida permanece estagnada (por dentro, apenas para o ‘neurótico’,
pois a Lei do Progresso não espera) fria, desolada. A pessoa somente
existe, não vive.
Infeliz ou felizmente, a Vida precisa mostrar para este ser, que existem belas
pessoas ao seu redor, existe a natureza, existe o Verdadeiro Sentimento. E o
meio que encontra para mostrar é através da dor.
Como?
Ela sacode, empurra, insiste por mudanças – através de perdas,
através de doenças, através de tragédias por vezes,
através da depressão, através da solidão –
tentando alertar a pessoa para a própria vida. Tentando ‘arrancar
esta neura’ que por tanto tempo cultivou. Querendo mostrar o seu real
valor, querendo fazer com que a pessoa perceba o quanto tempo perdeu alimentando
suas ‘neuroses’diariamente.
A Vida é
perversa?
A Vida castiga?
A Vida é injusta?
Não!
Podemos resumir
em uma pequena frase conhecida:
‘Quem não aprende pelo Amor, aprende pela dor’.
De qual forma
você quer aprender?
A escolha é sempre sua...
Muito obrigada.
Um Beijo,
Gênice Suavi.